Mixed Reality – o que é e o que traz de novo para a UX
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As expressões Mixed Reality e UX – sigla que simplifica a forma como nos referimos à experiência de utilização (User eXperience) – não são novas, e até estiveram na ordem do dia há bem pouco tempo aquando da apresentação dos novos óculos de realidade mista Microsoft Hololens 2, durante o Mobile World Congress que se realiza todos os anos em Barcelona.
São de facto dois chavões que têm na sua génese a criação de experiências realmente marcantes e diferenciadoras para otimizar processos, atrair e fidelizar clientes.
Este maravilhoso mundo é de especial interesse para os designers e para quem trabalha no mundo da publicidade: Têm à sua disposição todas as ferramentas de que precisam para conceberem ambientes interativos com elevado grau de dinamismo e impacto visual.
É também por esta razão que se trata de uma excelente oportunidade para atualizarem conhecimentos e competências que permitam valorizarem-se pessoal e profissionalmente, e apresentarem soluções que mostrem o caminho da inovação e das mais recentes tendências às organizações onde trabalham – e aos seus clientes.
Mixed Reality e UX
Tal como o próprio nome indica, a Mixed Reality – ou realidade mista – é uma tecnologia que mistura características da realidade virtual e da realidade aumentada. Desta forma, aproveita o melhor de dois mundos ao introduzir objetos virtuais no mundo real e ao permitir a interação do utilizador com esses objetos, produzindo novos ambientes em que elementos físicos e virtuais coexistem em tempo real.
Por sua vez, a experiência de utilização diz respeito a tudo o que envolve a forma como qualquer utilizador interage com o mundo à sua volta. Isto torna-o num termo efetivamente vasto – e de facto é ainda mais vasto do que se pode imaginar. Não confundir, portanto, UX com UI – ou interface de utilização. Vejamos a diferença de uma forma simples, pegando um normal smartphone:
- A UI resulta da combinação do sistema operativo e dos vários ícones de apps e configurações que são colocados à disposição do utilizador;
- A UX resulta da combinação que todas essas aplicações e configurações transmitem ao utilizador em matéria de perceção cognitiva e sensorial.
Por outro lado, e se pensarmos em termos de marcas, produtos, sistemas e serviços, concluímos que a UX não envolve apenas o design do produto e respetivo desenvolvimento – há que contemplar também todas as ações junto da marca, desde o primeiro contacto até à pós-venda. Para esclarecer eventuais dúvidas nesta matéria, nada melhor do que ouvir a definição pelas palavras do próprio Don Norman (cientista cognitivo, design thinker e criador da expressão quando trabalhava na Apple).
Em suma, a User eXperience deve ser holística e abarcar tudo o que pode tornar qualquer tipo de ferramenta digital — seja um site, um software ou uma app — mais acessível, intuitiva e adequada para a sua finalidade. Para isso, é fundamental que:
- A estratégia de realidade mista assente em práticas simples e atrativas;
- Os conteúdos transmitam ao utilizador uma experiência enriquecedora;
- O contexto de utilização fomente sempre uma interação funcional;
- O design esteja centrado nas expetativas do utilizador, e não na tecnologia;
- A UX com Mixed Reality seja uma experiência o mais sensorial possível.
UX design com Mixed Reality: Fator decisivo para o sucesso das marcas
É indiscutível que o design se tornou num fator decisivo para o sucesso e diferenciação das marcas. Tudo isto se torna ainda mais relevante quando vivemos com a Indústria 4.0 como contexto de fundo, em plena época de transformação digital – e onde a experiência de utilização é uma das preocupações das empresas que trabalham de alguma forma com recursos digitais, e que por isso encaram a UX como um dos pilares do processo de inovação.
Eis três elementos-chave que farão a diferença na hora de desenvolver o design de uma UX com Mixed Reality:
- Design para o conforto. Deve ser dada total prioridade ao conforto e comodidade do utilizador. O design da interface tem de ser facilmente visível e legível, nomeadamente ao nível do texto. Os elementos gráficos devem ser claros, não trazer ruído desnecessário, e servir o objetivo a que se propõem, com a ergonomia em mente.
- Design para a imersão. Esta é uma oportunidade única para criar experiências totalmente imersivas. O objetivo é levar o utilizador a outro estado emocional, transcendendo os limites do mundo real. A imersão é inerente à natureza da realidade mista, e para a melhorar urge usar áudio e som de qualidade sensorial – e que seja convincente, levando o cérebro a “comprar” a ilusão ao combinar a parte auditiva com os elementos visuais.
- Design para a experiência. Os consumidores escolhem cada vez mais experiências e não produtos – e é por isso que os sucessos do futuro resultarão de experiências excecionais, e não de tecnologia excecional.
Por fim, mas não menos importante, é fundamental perceber a importância para o negócio – e como fazer um bom planeamento. Eis os cinco passos essenciais:
- Definir a persona. Para desenvolver o conceito, é fundamental saber colocar-se no lugar do consumidor para perceber os seus desejos e necessidades.
- Identificar a utilidade. Cada elemento do layout deve ter sentido e utilidade no design apresentado ao consumidor – e deve facilitar a experiência e torná-la inesquecível.
- Pensar a usabilidade. É fundamental para a ação da persona: Garante-lhe que irá encontrar o que quer. O designer deve colocar-se na pelo do destinatário e traçar os passos para definir os fluxos de informação mais indicados e lógicos.
- Criar acessibilidade. A massificação de dispositivos leva o conteúdo a ter de ser visto em diferentes tipos de ecrãs, sendo a experiência sempre responsiva.
- Desenvolver o design. Tudo isto deve ser considerado no design — e sem dissociar a identidade da marca, nomeadamente o conceito e emoções transmitidas.
A Mixed Reality é um mundo que nos fascina – e a UX é algo que se integra cada vez mais nesta realidade híbrida. Gostaria de esclarecer alguma dúvida ou discutir a abordagem a seguir? Fale connosco!
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